Lisboa
(um aparte do "Fillho do Vento" e porque Lsboa tem inúmeras possibilidades de ser vista e esta é só mais uma)
Olho-te a ti Lisboa, amiga
Sob um sol translúcido, brilhando
No capot de um carro ou mesmo
Naquele velho carrinho de compras
Onde alguém dorme
Lisboa, a minha casa, a
Mãe de poetas, actores, pensadores, revoluções,
Revolucionários, a mãe de sonhadores
Solitários.
Mas não deixas de ser tu, Lisboa,
A mãe extremosa que embala os
Filhos e depois parte com os céus
Nos olhos para a vida boémia do
Bairro Alto
Mas não deixas de ser tu, Lisboa
Dos ricos e dos pobres, dos ignorantes e
Dos Doutos em coisa nenhuma.
A Lisboa que voa, qual gaivota errante,
A Lisboa que grita, por mil vozes:
“Senhora, que os salários são baixos...”
A Lisboa sobre o Tejo, sobre os barcos
Sobre os boémios à deriva nas Docas
Mas és, sobretudo, os barcos de pescadores, que em vez
Da faina de outras eras, trazem apenas a brisa marítima.
E tristeza nos olhos.
A Lisboa do Camões (Ah Sim!
Aquele que em vez de se perder em ti, Lisboa,
resolveu ficar zarolho em Ceuta! Acreditas nisto, Lisboa? Acreditas?)
A Lisboa do Pessoa (ou do Álvaro de Campos, ou do Alberto Caeiro,
Ou do Ricardo Reis, ou de quem quer que fosse que o Pessoa inventasse...)
A Lisboa de uma infinita peça que intercala epopeias monumentais
E momentos mortos ( a estrear no Politeama, dia de S.Nunca à tarde,
Com um elenco Invejável – não faço a mais pequena ideia quem são
Os actores, mas se assim o dizem- o elenco é invejável)
A Lisboa da vida, da morte,
Do amor dos apaixonados
Do ódio dos artistas incompreendidos que, em ti,
Lisboa, tentam vingar uma arte
Que não vinga (Será que eles não sabem que o mar de oportunidades raras,
Mas que existem, é notros países? Espanha, Estados Unidos da América, Inglaterra...)
Mas serás sempre tu, Lisboa,
Uma identidade própria que inebria
Menos sensível dos corações. Serás sempre Lisboa,
A terra dos Sonhos
E das ilusões.
7 Comments:
Esta é a Lisboa que conheço.
Escreveste muito bem tudo o que haveria a escrever [...] e se faltar algo, alguém há-de tratar de colocar o resto.
Beijocas e inté.
olá susana!Olha tenho andado a reflectir e pensei em convidar-te para a Cidadela dos Incultos, para escreveres aos sábados ou Domingos como preferires. Estás interessada? responde lá no mue blogue. bjs
vou enviar-te o convite blogger para tu aceitares. Na Cidadela espero que mantenhas o registo que tens aqui, afinal foi isso que me levou a ter escolher. PS se pudermos falar no MSN sobre isso era melhor senão fica para outra situação. lol.
...é Lisboa e mais nada!...rs...adorei a forma como tão bem descreves a nossa capital...tens uma forma de escrita espectacular Susana...continua...
Jinhosssssssss
Lisboa que sabes cantar
A vida, tal como ela é
E quando se tem que chorar
Chora-se à virgem com fé
A Lisboa das ruas emaranhadas
Como cabelos em desalinho
Que desembocam em estradas
Cheias de Luz, Amor e Carinho
Lisboa dos poetas e das varinas
Dos doutores e das coscuvilhices
Do bulício e da rua das Trinas
a beleza e de todas as imundices
És um contraste perfeito! Inteira!
Toda dardejada pelo Sol e sua LUZ
És jardim natural, sem jardineira
Que se revê em tudo o que reluz
Muito bonito o teu post.
Beijinho
José António
Querida Susana
Parabéns pelos prémios e, como sabemos, Lisboa é só a capital de algo mais belo ainda...
Um beijo
Daniel
Olá Su,
que lindo poema a Lisboa... vista por um olhar muito pessoal, pela mão de quem a ama muito. parabéns, está lindo.
Bjhs
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