sábado, maio 27, 2006

Lisboa




(um aparte do "Fillho do Vento" e porque Lsboa tem inúmeras possibilidades de ser vista e esta é só mais uma)

Olho-te a ti Lisboa, amiga
Sob um sol translúcido, brilhando
No capot de um carro ou mesmo
Naquele velho carrinho de compras
Onde alguém dorme

Lisboa, a minha casa, a
Mãe de poetas, actores, pensadores, revoluções,
Revolucionários, a mãe de sonhadores
Solitários.

Mas não deixas de ser tu, Lisboa,
A mãe extremosa que embala os
Filhos e depois parte com os céus
Nos olhos para a vida boémia do
Bairro Alto

Mas não deixas de ser tu, Lisboa
Dos ricos e dos pobres, dos ignorantes e
Dos Doutos em coisa nenhuma.
A Lisboa que voa, qual gaivota errante,
A Lisboa que grita, por mil vozes:
“Senhora, que os salários são baixos...”

A Lisboa sobre o Tejo, sobre os barcos
Sobre os boémios à deriva nas Docas
Mas és, sobretudo, os barcos de pescadores, que em vez
Da faina de outras eras, trazem apenas a brisa marítima.
E tristeza nos olhos.

A Lisboa do Camões (Ah Sim!
Aquele que em vez de se perder em ti, Lisboa,
resolveu ficar zarolho em Ceuta! Acreditas nisto, Lisboa? Acreditas?)

A Lisboa do Pessoa (ou do Álvaro de Campos, ou do Alberto Caeiro,
Ou do Ricardo Reis, ou de quem quer que fosse que o Pessoa inventasse...)

A Lisboa de uma infinita peça que intercala epopeias monumentais
E momentos mortos ( a estrear no Politeama, dia de S.Nunca à tarde,
Com um elenco Invejável – não faço a mais pequena ideia quem são
Os actores, mas se assim o dizem- o elenco é invejável)

A Lisboa da vida, da morte,
Do amor dos apaixonados
Do ódio dos artistas incompreendidos que, em ti,
Lisboa, tentam vingar uma arte
Que não vinga (Será que eles não sabem que o mar de oportunidades raras,
Mas que existem, é notros países? Espanha, Estados Unidos da América, Inglaterra...)
Mas serás sempre tu, Lisboa,
Uma identidade própria que inebria
Menos sensível dos corações. Serás sempre Lisboa,
A terra dos Sonhos
E das ilusões.

quinta-feira, maio 25, 2006

Heaven, I'm in Heaven...


Pois é, eu hoje estou assim.


Sabe bem o nosso trabalho ser reconhecido. Hoje, quinta feira, recebi dois prémios no Concurso Literário da minha escola:

- 3º Lugar em Poesia com o Vermelho Sangue
- 1º Lugar em Conto com o Boca de Cena

As semanas de trabalho estão a acabar, o "Filho do Vento" irá ter a sua continuação muito em breve. Desculpem o meu meu desaparecimento temporário.

um abraço,

Pastora de Estrelas

sexta-feira, maio 05, 2006

Filho do Vento (Parte 2)

Stéphane vivia feliz na nova vida que arranjara. Em Sacromonte era um como os outros, deixou de ouvir, contente, toda a gente chamar-lhe "menino" ou "senhor".
Ganhou a alcunha de "Filho do Vento", tamanha era a velocidade e graça que atingia a dançar o Flamenco.
Ganhou fama de bom "bailaoor" de flamenco e deu fama de sobra à Tribo daLua.
O seu clã estava na ribalta e a cair nas boas graças do Rei de Granada. Era-lhes agora dado uma honra suprema, a permissão de vaguear livremente pelos jardins do Alhambra, excepto o Generalife.
Stéphane cria viver os melhores tempos da sua vida. Tinha até comprado casa, uma modesta e branca casa como as outras, junto à de Sangue de Lua. Perdia-se em conversas com Sangue de Lua e Sara, sua mulher, à frente das casas, na rua, até altas horas da noite. Stéphane sentia vibrar com o calor da cidade. Começava a amá-la, a sentir-se granadino.
Um dia, passeando lenta, calma e serenamente pelas ruas estreitas do Alhambra, entre os austeros ciprestres, buscando um pouco de inspiração, quando se deparou com um homem caído numa valeta.
Com um aspecto desmazelado, não muito novo nem muito velho, agoniava, esvaído em sangue. Apressou-se a ajudá-lo, ele não se aguentava sobre si mesmo, tinha uma perna lacerada. Transportou-o às costas até uma das pequenas fontes do Pátio de Los Leones e pousou-o com cuidado. Uma criada aproximou-se e juntos trataram do homem. Usando a sua perícia de mãos e ensinamentos franceses, Stéphane tratou-lhe da perna desfeita. Mais lavado e tratado, com uma malga de sopa já no estômago conseguia, enfim, falar:
- Quem és homem? Que te acnteceu? - perguntou Stéphane
(continua)
( - mesma sugestão, tentem prever o k irá acontecer a seguir, se quiserem...)