segunda-feira, fevereiro 20, 2006

E a vida? Essa é um sonho.....




Uma gabardina preta caminha
Alheia à chuva que a molha
Entra por uma porta escura
Numa rua onde o sol se escapa

A gabardina fica então à porta
No bengaleiro, imóvel, pendurada
O seu portador arrasta-se
Enrolado em camisolas até uma sala

Murmura um "boa noite" fraco
Aos outros portadores também
Eles de negras gabardinas
Que na sala escuríssima estão

Ouve-se murmurar do outro lado
Da parede triste adornada de cores
O portador da gabardine preta
Segue para uma pequena salinha

Acende as luzes do espelho
Um novo fato, maquilhagem
E o triste portador da gabardina
Passa a príncipe da Dinamarca

Sai da salinha, o agora príncipe
Dirige-se a um pequeno corredor
Onde a luz o espera no fundo
E ouve-se "Toc, toc, toc....toc,toc,toc......toc,toc,toc....."

Um pano vermelho move-se lentamente
E a vida? Essa é um sonho....

terça-feira, fevereiro 14, 2006




Quando me perguntarem porque vôo nas asas de sonhos, direi apenas que não sei nem quero aterrar...

sábado, fevereiro 11, 2006

Salgado

(reponho um poema velho, em honra de Fernando Pessoa)


Oh velho mar salgado,
O teu velho sal,
São lágrimas de um mal,
Eterno, inacabado,
Que te deixou assim,
Salgado.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Á Beira da Minha Rua



(desculpem ter demorado tanto desde o ultimo post)


À beira da minha rua mora o sol
À beira da minha rua mora o sonho
Numa nuvem suspensa instável
Sobre um mar azul calmo, quieto

Esse sonho quer atingir a lua
Dedica-lhe poemas, qual trovador
Esse sonhos quer ser um com o mar
É amigo das ondas alegres

Mas vento pesadelo sopra incerto
Junto com a triste ventania
Sonho triste solta um lamento
"Vem cá! Devolve-me a alegria!"

A Lua acorda e levanta as estrelas
Juntas acendem a noite criada
As ondas apanham vento e ventania
Acaba o pesadelo, vem a brandura...